terça-feira, 10 de novembro de 2009

Cem dias entre Céu e Mar


"Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada querer."

"Passados dois meses de tantas histórias, comecei a pensar no sentido da solidão. Um estado interior que não depende da distância nem do isolamento, um vazio que invade as pessoas e que a simples companhia ou presença humana não podem preencher, solidão foi a única coisa que eu não senti, depois de partir. Numca. Em momento algum. Estava, sim, atacado de uma voraz saudade. De tudo e de todos, de coisas e pessoas que há muito tempo não via. Mas a saudade às vezes faz bam ao coração. Valoriza os sentimentos, acende as esperanças e apaga as distâncias. Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só."

"É encgraçado como o bem-estar não depende do conforto, da tranquilidade ou de situações favoráveis, mas simples e unicamente da sensação de ir em frente."


"Ao se caminhar para um objetivo, sobretudo um grande e distante objetivo, as menores coisas se tornam fundamentais. Um hora perdida é uma hora perdida, e quando não se tem um rumo definido é muito fácil perder horas, dias ou anos, sem se dar conta disso."


"Santa Helena foi um amor platônico na minha vida. Tanto a desejei, tanto lutei para me aproximar e nem sequer a toquei. Não foi preciso. Vê-la foi uma das mais belas coisas que já me aconteceram. A força daquela imagem distante transformou-se em ânimo, coragem e esperança. Ao avistá-la pela última vez dexei escrito no meu diário: "Último adeus à ilha. Um dia voltarei!" E dobrei sua página mais importante."
                             
                                                                                                          Amyr Klink
                                                                               (Extraído do Livro Cem dias entre Céu e Mar)



retirada do site www.amyrklink.com.br


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